sábado, 19 de junho de 2010

Esboço da IV Semana Teológica Reformada Junho de 2010


IV Semana Teológica Reformada na Igreja Presbiteriana Fundamentalista do Cabo de Stº Agostinho- Pastor: Luiz Ronilson- Junho de 2010.
Palestrante: Rev. Luciano Gomes - CPF-Aldeia.
Tema: Lições de Deus na Vida dos Puritanos
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“Lembrai-vos dos vossos guias, os quais vos falaram a palavra de Deus, e, atentando para o êxito da sua carreira, imitai-lhes a fé.” (Hebreus 13:7).

Introdução:

Falar das lições de Deus na vida dos Puritanos para mim tem dois aspectos: Primeiro foi um presente de Deus, pois Suas vidas inspiraram outros servos de Deus pelo mundo, seu exemplo tem sido imitado ou pelo menos tem sido uma tentativa de um reavivamento em termos de uma reforma nas igrejas confessionais. A própria iniciativa do Rev.Ronilson e demais pastores em procurar esclarecer aos membros de sua igreja a importância da obra e vida dos puritanos é um exemplo prático e louvável de ser mencionando nesta ocasião que me parece bastante oportuna. Reconheço que muitos outros mestres no puritanismo (especialistas no estudo do Puritanismo como: J.I. Parker, e M. Lloyd Jones e outros) poderiam fazer uma complexa exposição da vida destes piedosos homens de Deus como muito mais propriedade, todavia agradeço o convite e oportunidade de compartilhar minhas pesquisas e estudos sobre a vida destes notáveis homens de Deus.

Segundo, redescobri que somos exatamente como bem expressou J.I. Packer (especialista em puritanismo) no livro: Entre Os Gigantes de Deus. “Gigantes Espirituais, e nós, anões. Eram grandes almas, servindo a um grande Deus". Anões espirituais se comparados aos puritanos ingleses. O estudo de suas vidas; confesso me atordoaram em algumas áreas da minha vida cristã e porque não dizer no meu ministério. O que de tão “Gigante” os puritanos foram na sua vida? O que Deus deixou de lição para nós crentes Latinos americanos da vida destes irmãos Europeus? O que fizeram em suas vidas que sirva de lição para cada cristão sincero que ama a Bíblia como palavra de Deus e deseja sinceramente viver uma vida coerente com os seus princípios (Bíblicos) Ortodoxos?
Exposição

I-Qual o sentido/e ou significado do termo puritano?

 Juliano Heyse teólogo da Igreja batista reformada de Florianópolis SC. Falando das palestras de J.I.Packer sob o assunto Puritanismo diz que ele sempre iniciava suas palestras com estas palavras: “Vamos falar dos Velhos e alegres puritanos” (testando o nível de preconceito que havia na platéia).

 Um escritor modernista americano depreciador dos puritanos certa vez disse: “O Puritanismo é o medo assombroso de que alguém, em algum lugar possa estar feliz”. Esta afirmação obviamente faz parte de uma de muitas acusações dos inimigos do puritanismo porque na verdade os seus erros são denunciados pela vida e pensamento puritano.

 C.S. Lewis diz algo contrário a este pensamento: “Devemos imaginar os Puritanos exatamente como o oposto daqueles que levam esse nome hoje”.

 C.S. Lewis o mesmo autor das “Crônicas de Narnia” que virou um filme recentemente escreveu um Livro por Título The Screwtape Letters, onde no Brasil foi traduzido como “Cartas do Demônio” ou no inglês mais livre “Cartas do inferno”. As Cartas do Coisa-Ruim e Cartas de Um Diabo a Seu Aprendiz é um livro de ficção escrito por Clive Staples Lewis, no qual é uma troca de cartas entre Fitafuso, um demônio experiente e seu sobrinho e aprendiz, Vermebile. Nestas cartas, Fitafuso tenta ensinar o seu sobrinho a como fazer com que o "Paciente" vá para o inferno. Em uma carta ele escreve assim: “Tudo isso teu paciente provavelmente classificará como puritanismo, e deixe-me dizer de passagem que o valor que nos conseguimos dar a essa palavra foi um dos nossos grandes triunfos dos últimos cem anos, através dela nos salvamos todos os anos milhares de seres humanos da temperança da castidade e da sobriedade. (pureza na vida.)” Temos então o ponto de vista do demônio com relação à forma pejorativa que muitos têm dado ao conceito de puritano.

 Este estereótipo dos puritanos de que eles eram estreitos, legalistas, inflexíveis, exclusivistas, fanáticos e pietistas nos sentidos mais feios dessas palavras são os frutos de uma geração corrupta. A imagem distorcida dos puritanos na história é o resultado do abandono do genuíno evangelho de Cristo de suas raízes e fundamentos bíblicos. Preconceito parecido com o que sofremos pelo rótulo que envolve o termo “Fundamentalista”.

 Seja qual for à interpretação que tenhamos destes gigantes de Deus qualquer idéia pré-concebida seria uma caricatura desconhecida e imprecisa, sejamos sinceros Eles merecem melhor sorte.

 C.S. Lewis fale como realmente eram os Puritanos: “Eles eram Jovens, vorazes, inlectuais progressistas, muito elegantes e atualizados”.

 Quanto ao rótulo que levaram de serem um movimento antiquado de velhos ranzinza. Leland Ryken no livro Santos no mundo rebate: O vigor dos Puritanos Elizabetanos (Referindo-se ao período do Reinado de Elizabeth I 1558-1603) era motivo de habitual escárnio contra eles da parte de seus inimigos anglicanos, em 1583 o Arcebispo Whirtift disse condescendentemente a um grupo de ministros Puritanos: “Vocês não passam de garotos comparados a nós, que estudamos teologia antes de vocês nascerem”.

 A primeira Lição de Deus na vida dos puritanos é: “Sejam autênticos! Sejam vocês mesmos! Não se importem com o rótulo que levarão procurem viver uma vida de santidade!”

 Texto: “Porque a nossa glória é esta: o testemunho da nossa consciência, de que em santidade e sinceridade de Deus, não em sabedoria carnal, mas na graça de Deus, temos vivido no mundo.”(IICo. 1:12)

II-O que é o puritanismo?

 O puritanismo não é uma Igreja ou uma denominação, não é um movimento organizado. É um movimento não organizado do período da reforma que tinha como ênfase principal à preocupação com a pureza e integridade da igreja, do indivíduo e da sociedade.

 Era um movimento que envolvia cristãos zelosos, metódicos, idealistas, realistas, cultos, íntegros, com experiência espiritual profunda, prática, formadores da verdadeira família cristã, cheios de ideais de renovação para a Igreja que envolvesse enriquecimento das verdades de Deus e ardor na devoção pessoal.

 Os Puritanos conseguiram colocar em prática o exemplo de equilíbrio na vida cristã entre a “Piedade e Ortodoxia”
 Não era um movimento exclusivamente religioso foi também: Movimento da Reforma, do protesto, Internacional, da minoria, Político e Econômico.

 Surgiram com o Reforma não podemos precisar mais alguns especialistas na história dos puritanos acreditam que foi com William Tyndale (Tendeu) que desafiou as leis contarias as traduções da Bíblia é dele a frase: “Se Deus poupar a minha vida, em poucos anos eu farei com que um menino que maneja o arado saiba mais das Escrituras do que você.” (Argumentando com seus oponentes). Daí o NT alcança a Inglaterra em 1526 com a sua publicação de sua versão em inglês. Não havia uma adaptação da bíblia na Inglaterra e o puritanismo em sua essência adaptava toda sua vida aos padrões normativos da bíblia por isso eram tachados como puritanos em sua forma negativa da qual já nos referimos anteriormente.

A segunda Lição de Deus na vida dos puritanos é: “Não façam nada por vaidade ou hipocrisia! Lembre-se o Senhor pesa os corações!”

 Texto: “Nada façais por contenda ou por vanglória, mas com humildade cada um considere os outros superiores a si mesmo.” (Fl.2:3)

III-Qual o contexto histórico e político em que viveram os puritanos? Alguns dos mais importantes momentos na História do puritanismo na Inglaterra.

 1536 Henrique VIII junto com o Parlamento rompe com Roma resultado da reforma.

 1547 Eduardo VI Os puritanos tinha grande chance de levar a frente seus ideais o menino ia muito bem com o seu reinado, porém morre aos 16 anos.

 1553 Maria I apelidada carinhosamente como a “sanguinária” queimou 270 partidários e simpatizantes a causa puritana, grande perseguição e opressão. Cremos que por providência divina por causa da perseguição muitos puritanos fugiram para outros países em reforma como a Escócia, Suíça, Holanda, França e outros a exemplo de John Knox que aprendeu aos pés de Calvino eles foram bastante amigos e certamente compartilharam bastante assuntos sobre teologia ele certa vez chegou a dizer: “ A academia de genebra é mais perfeita Escola de cristo que já existiu na face da terra”. È dele também a famosa frase “Dar-me a Escócia se não Morro” O espírito do puritanismo percebe-se claramente no embate entre John Knox e Richard Cox em Frankfurt na Alemanha numa igreja de refugiados ingleses a discursão girava em torno do culto cristão se deveriam seguir os moldes da igreja Anglicana esta era a opinião de Richard Cox. Enquanto John Knox não aceitava o uso do Livro da Oração Comum nem tão pouco qualquer modelo que não fosse o das Escrituras tudo deveria ser adaptado das Escrituras este é o “Espírito Puritano” este é o marcante ponto do pensamento Puritano. Tudo tem que ser feito como a Bíblia diz.

 1558 Elizabeth I Foi uma decepção para os Puritanos, era protestante mais foi imparcial fez a política da boa vizinhança com os católicos decepcionando os puritanos. Fez aquela média, estabeleceu também o pacto Elizabetano. Também não levou nada para as Escrituras houve mais uma reforma política do que religiosa, ficou também em cima do muro com as questões em que envolviam uma posição bíblica e novamente repito não levou as questões de consciência ao nível das Escrituras sempre fazia aquela via média entre Catolicismo e Protestantismo. Resultado:

 1559 O Ato da Uniformidade. Que estabelecia a obrigatoriedade de uso do Livro de Oração Comum na Inglaterra. Além disso decretava que todo homem deveria ir à igreja uma vez por semana ou seria multado.Este ato fazia parte do Estabelecimento Religioso Elizabetano instituído por Elizabeth I com o intuito de promover a supremacia da Igreja Anglicana no país.

 Outros atos concebidos junto deste foram o Ato da Supremacia de 1559 e os chamados Trinta e Nove Artigos.Elizabeth tentava alcançar a estabilidade religiosa depois de trinta anos de tumulto durante os reinos de Henrique VIII, Eduardo VI e Maria I, nos quais a Inglaterra pendia hora para o Catolicismo e hora para o Protestantismo.

 1603 Thiago I (James I) Rei Escocês foi recebido com grande euforia pelos Puritanos tendo em vista que ele era um rei vindo do país do Presbiterianismo, fatal engano o rei Thiago não foi nenhum pouco solidário a causa dos Puritanos. Ele já chegou esbanjando toda sua pretensão absolutista e tirânica de governar, em 1604 numa conferência em Hampton os Puritanos apresentaram seus pedidos então o rei os ameaça em expulsa-los da terra ou fazer pior. Ele dizia com muita clareza: “Eu sou o rei e gosto de Bispos, bispo eu nomeio, eu ponho quem eu quero”. Para quem quer o controle absoluto (Igreja e Estado) não tem melhor sistema de governo que o Anglicano. Valendo-se disto o rei Thiago I foi bastante astuto.

 1625 Carlos I. Desânimo total da parte dos Puritanos. Entre algumas ações ele nomeia o homem chamado William Laud para ser Bispo de Londres e Arcebispo da Cantuária foram empreendidas medidas severas contra os puritanos. Ele foi hostil de todas as maneiras ao ensino dos puritanos. Um dos seus primeiros atos como Arcebispo foi incentivar os jogos e os passatempos no dia do Senhor. Promoveu uso de janelas de vidros coloridos, cruzes, crucifixos e altares. Apoiava abertamente o arminianismo, aliás era muito simpatizante das idéias do livre-arbítrio. Colocou arminianos em quase todas as funções da igreja Anglicana. Havia na época um dizer interessante: “Qual a posição dos Arminianos? Os melhores Bispados da Inglaterra”. Da a impressão que ele está perguntando qual a posição Teológica dos Arminianos, ironicamente o ditado da época estava se referindo a posição dentro da Igreja Anglicana. Por causa de todas estas perseguições cerca de 20.000 homens, mulheres e crianças foram para a “Nova Inglaterra” na baía de Massachusetts nos Estados unidos da América.

 1640 Guerra civil entre o partidários do parlamento e partidários de Carlos I. O parlamento da Inglaterra(casa dos comuns e a casa dos lordes) fazendo valer o direito de convocar os seus membros para resolver a questão do abuso do poder da parte do rei resolve entra em guerra. Mesmo a Inglaterra sendo uma monarquia havia também um parlamento e o rei não poderia governar a parte deste de maneira Absoluta. A guerra foi vencida pelo parlamento e o rei Thiago foi decapitado em 1649.
 1649 a 1660 não houve um rei mais uma republica que era composta pelo parlamento e por um lorde protetor onde entra a figura do Oliver Cromowell. Melhor período para os puritanos que voltam a acreditar em ideias da reforma. Ascensão puritana no parlamento

 1662 Ato de Uniformidade e A Grande Ejeção (Expulsão) de pastores puritanos. 2.000 pastores puritanos se demitem de suas igrejas por não aceitar um culto que fosse regido pelo Livro de Orações Comuns Anglicano. Contra aos princípios reformados e bíblicos todos eles disseram NÃO ao que eles tinham plena convicção bíblica de ser um erro. Jamais iriam de encontro as suas consciências, alias, se havia algo de que eles mais defendiam era uma “consciência puritana” no sentido mais restrito e apropriado da palavra “Pura” (pureza).

A Terceira Lição de Deus na vida dos puritanos é: “Não faça nada contra a sua consciência cristão! Sejam todas as tuas obras fruto de uma boa consciência diante do Senhor”

 Texto: “Digo a verdade em Cristo, não minto, dando testemunho comigo a minha consciência no Espírito Santo”.(Rm. 9:1)
Puritanos notáveis:

William Perkins (1558-1602) – sua teologia foi o primeiro grande exemplo de uma síntese da teologia reformada aplicada à transformação da sociedade, igreja e indivíduos da Inglaterra elizabetana. Em sua obra mais famosa, Armilla Aurea (A corrente de ouro – 1590), ele expôs a tradição reformada em torno do tema da teologia como “a arte de viver bem”. Deu ênfase à majestade da ordem de Deus e suas implicações sociais e pessoais. Foi o primeiro teólogo elizabetano com uma reputação internacional. Também destacou-se extraordinariamente como pregador.

William Ames (1576-1633) – discípulo mais destacado de Perkins e prolífico escritor. Sua críticas contra a Igreja da Inglaterra causaram o seu exílio na Holanda (onde foi professor) e a proibição dos seus livros na Inglaterra. Suas obras mais famosas são: A Medula da Teologia (1623) e Casos de Consciência (1630). Morreu poucos antes de uma planejada mudança para Massachusetts, onde sua influência, bem como na Holanda, persistiu até o século 18. Sua teologia prática acentuou como cada aspecto da vida devia ser dedicado à glória de Deus.

Richard Sibbes (1577-1635) – foi estudante e professor em Cambridge. Exemplificou a síntese entre profundidade bíblica e sensibilidade pastoral que caracterizou a teologia puritana no que tinha de melhor. Seus escritos são práticos antes que sistemáticos e mostram claramente porque as ênfases puritanas foram assimiladas tão plenamente pelos leigos. Escritos seus como A Porção do Cristão e A Exaltação de Cristo Comprada por sua Humilhação revelam não só uma rica soteriologia, mas profundas percepções sobre a criação e a encarnação.

Thomas Goodwin (1600-1680) – foi influenciado por Sibbes e outros. Estava destinado a uma promissora carreira eclesiástica, mas abriu mão da mesma ao ser convencido por John Cotton (1584-1652) da legitimidade da independência. Depois de algum tempo na Holanda, desempenhou um papel importante na Assembléia de Westminster. Teve atuação destacada no regime de Cromwell e foi presidente do Magdalen College, em Oxford. Buscou unir independentes e presbiterianos em Cristo, o Pacificador Universal (1651). Seu profundo encontro pessoal com Cristo permeou todos os seus escritos.

Richard Baxter (1615-1691) – foi ordenado em 1638 e dois anos depois rejeitou o episcopalismo. De 1641 a 1660 foi ministro de uma paróquia em Kidderminster. Após a guerra civil, apoiou a Restauração e tornou-se capelão de Carlos II. Excluído da Igreja da Inglaterra após o Ato de Uniformidade (1662), continuou a pregar e foi encarcerado em 1685 e 1686. Tomou parte na deposição de Tiago II e deu as boas-vindas ao Ato de Tolerância de Guilherme e Maria. Suas obras incluem O Repouso Eterno dos Santos (1650) e O Pastor Reformado (1656). Outra obra conhecidíssima O Diretório Cristão foi sua obra magma. Dele se diz: “ Quando chegou em Kidderminster não havia nenhum Cristão e quando Ele saiu não Havia nenhum ímpio.”

John Owen (1616-1683) ao lado de Baxter, o grande pensador sistemático da tradição teológica puritana. Educado em Oxford, enfrentou uma longa luta espiritual em busca da certeza de salvação, que terminou por volta de 1642. Dedicou seus formidáveis dotes intelectuais à causa parlamentar. Inicialmente presbiteriano, converteu-se à posição independente através da leitura de John Cotton. Fez uma vigorosa exposição do calvinismo clássico em Uma Exibição do Arminianismo (1643). Em A Morte da Morte na Morte de Cristo (1647) fez uma brilhante apresentação da doutrina da expiação limitada. Até o fim da vida trabalhou por uma igreja nacional mais abrangente e pela reconciliação dos dissidentes rivais.

John Bunyan (1628-1688) O latoeiro de Bedford– após lutar na guerra civil, em 1653 filiou-se a uma igreja independente em Bedford. Um ou dois anos depois, começou a pregar com boa aceitação. Foi aprisionado de modo intermitente entre 1660 e 1672, o que lhe permitiu escrever sua obra-prima, O Progresso do Peregrino (1678), e outros escritos. Após 1672, dedicou-se à pregação e ao evangelismo em sua região. Outras obras famosas de sua lavra são A Guerra Santa (1682) e Graça Abundante para o Principal dos Pecadores (1666). Ele foi Batista.

Conclusão:
 A maior Lição de Deus na vida dos puritanos se resume no texto:

“E na verdade todos os que querem viver piamente em Cristo Jesus padecerão perseguições.” (II Tm. 3:12).

Todavia todos os que desejam seguir o exemplo dos seus guias espirituais, todos os que desejam imitar não a caricatura grotesca que os ímpios fazem dos nossos pais reformadores puritanos terão que estar preparados para ouvir insultos diversos tais como: puritano, radical, fundamentalista, santarrão. Sofrer perseguições políticas em suas igrejas. Aprouve ao Senhor soberano criador nos usar todos os dias da nossa vida para que sejamos a Vox Dei em nossas igrejas em nossos púlpitos em nossas casas, e acima de tudo em nossa vida prática.


Sola del Glória!

Resenha “Teologia do Apóstolo Paulo-RIDDERBOS,Herman- Cultura Cristã


Resenha Leitura“Teologia do Apóstolo Paulo-RIDDERBOS,Herman- Cultura Cristã,2004,pp.47-179”

Determinarmos o pensamento de um teólogo com o Ap. Paulo não é tarefa fácil e esta é a proposta da teologia bíblica, partiremos para uma análise dos principais pontos da leitura de Ridderbos que tem a pretensão de ser “A obra definitiva sobre o pensamento do apóstolo aos gentios.” Analisaremos apenas alguns pontos mais relevantes das estruturas fundamentais da teologia Paulina.
O que Ridderbos define com “a plenitude dos tempos”?
“Vindo, porém, a plenitude do tempo, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei (Gl 4.4)”

Gálatas 4.4, pleroma tou chronou, "plenitude do tempo" expressa o cumprimento do tempo como tempo do mundo, tempo cronológico que pode ser medido por um relógio. Em Efésios 1.10, pleroma tõn kairõn, "plenitude dos tempos", expressa o cumprimento de todas as intervenções histórico-redentivas de Deus anteriores, no decorrer do tempo do mundo. Avinda de Cristo foi à última intervenção salvadora de Deus na história a segunda vinda é o desdobramento final desta última intervenção.
“Desvendando-nos o mistério da sua vontade, segundo o seu beneplácito que propusera em Cristo, de fazer convergir nele,na dispensação da plenitude dos tempos, todas as coisas, tanto as do céu, como as da terra (Ef 1.9-10).”

Embora Paulo reconheça o caráter ainda futuro do "fim dos tempos", fala dele como tendo já sido acontecido ou inaugurado: “Sabe, porém, isto: nos últimos dias, sobrevirão tempos difíceis.” Paulo não se referia há dias ainda por vir, mas à sua própria época (2 Tm 3.1). Estas coisas lhes sobrevieram como exemplos e foram escritas para advertência nossa, de nós outros sobre quem os fins dos séculos têm chegado (1 Co 10.11 e 1 Jo. 2.18)
O conceito de plenitude dos tempos não se refere apenas a maturação de uma determinada questão que envolva fatores externos relacionados a um período específico preparado para o advento do reino (Vinda de Cristo o messias prometido) mais o cumprimento do tempo no sentido completo (pleru= pleno), ou como disse Ridderbos “sentido absoluto”. Resumindo assim o conteúdo da pregação de Paulo desta forma:

Todo o conteúdo da pregação de Paulo pode ser resumido como sendo a proclamação e explicação do tempo escatológico da salvação que teve início com o advento, a morte e a ressurreição de Cristo (RIDDERBOS, Hermam, 2oo4, 47).

Qual era então o entendimento do reino na ótica de Paulo? O agora é o futuro já iniciado no tempo presente, o que alguns estudiosos têm chamado "escatologia realizada". Note este uso do agora nos versículos seguintes:
“Mas agora, sem lei, se manifestou à justiça de Deus testemunhada pela lei e pelos profetas” Romanos 3:21

“Agora, porém, libertados da lei, estamos mortos para aquilo a que estávamos sujeitos, de modo que servimos em novidade de espírito e não na caducidade da letra.” Romanos 7.6

“Agora, pois, já nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus.” Romanos 8:1

A vinda do messias no pensamento de Paulo está claro que inicia o agora como cumprimento da inauguração do reino, portanto este entendimento declara o cumprimento escatológico do advento do messias e isto ficou muito claro nos escritos de Paulo.
Outro conceito da “escatologia realizada” que encontramos nos escritos de Paulo está na definição que Ele tinha de “Nova criatura”.
“E, assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas.” (2 Co 5.17)

A expressão "nova criatura" é a tradução do grego kaine ktisis, que também pode ser traduzido como "nova criação". Com o termo, Paulo não se refere somente ao aspecto individual (nova criatura), mas à recriação do mundo que Deus fez amanhecer em Cristo, e ao quais todos os que pertencem a Cristo estão incluídos. Ou seja, o cumprimento escatológico da vinda de cristo desencadeia uma série de cumprimentos escatológicos assim como também trouxe para Paulo o entendimento de que agora raio um novo dia para as novas criaturas. Cristo recriou de um mundo caído em pecado uma nova geração de criaturas regeneradas com o poder de serem chamados eleitos de Deus. Nas passagens abaixo podemos encontrar reflexos deste conceito de Paulo, referindo-se à nova humanidade, recriada por Deus conforme a sua imagem, em Jesus Cristo:
“Pois somos feitura dele, criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus de antemão preparou para que andássemos nelas.” (Ef 2.10);

“... Aboliu na sua carne, a lei dos mandamentos na forma de ordenanças, para que dos dois criasse, em si mesmo, um novo homem, fazendo a paz” (Ef 2.15);
“E vos revistais do novo homem, criado segundo Deus, em justiça e retidão procedentes da verdade” (Ef 4.24)

O conceito de “mistério” em Paulo não tem como pano de fundo o conceito helenista das religiões de mistério, mas o pensamento judaico, moldado pelas Escrituras. Outro cumprimento da escatologia realizada que não é bem entendida nos nossos dias principalmente entre os adeptos do Pentecostalismo é o conceito de “mistério” Teria Deus então colocado em oculto no sentido de escondido o plano da revelação do messias? Os mistérios de Deus são planos ocultos revelados de forma individual e pessoal?(conceito pentecostal). Vejamos alguns sinônimos de “mistério” no VT e sua relação com a revelação dos mistérios de Deus em Cristo:
“O conselho do SENHOR dura para sempre; os desígnios do seu coração, por todas as gerações” (Sl 33.11);

“Porque quem esteve no conselho do SENHOR, e viu, e ouviu a sua palavra? Quem esteve atento à sua palavra e a ela atendeu?” (Jr. 23:18);

“Ou ouviste o secreto conselho de Deus e a ti só limitaste a sabedoria?” (Jó 15.8);

“Certamente, o SENHOR Deus não fará coisa alguma, sem primeiro revelar o seu segredo aos seus servos, os profetas.” (Am 3.7).


Qual a interpretação correta do conceito de mistério segundo o salmista O conselho secreto de Deus quanto à sua obra redentora na história. É aquilo que ainda não apareceu na história, mas que já existe no conselho secreto de Deus. Ou seja, é aquilo que no tempo oportuno foi revelado em toda sua plenitude, ficando claro e evidente através do cumprimento escatológico. O salmista fala que o segredo de Deus é para todas as gerações e isto não significa que necessariamente todas as gerações ao longo dos séculos pudessem compreender com toda clareza os acontecimentos e previsões escatológicas é isto que nos chamamos de “revelação progressiva”. Portanto; O conceito de que Deus revela os mistérios concernentes aos seus planos para a história. Os estudiosos têm destacado que Paulo percebe seu ministério em termos do padrão raz-pesher ("mistério-revelação", em aramaico) encontrado em Daniel:
“Respondeu Daniel na presença do rei e disse: O mistério que o rei exige, nem encantadores, nem magos nem astrólogos o podem revelar ao rei.” (Dn 2.27);

A “revelação” do mistério de Cristo, portanto, é o próprio aparecimento na história desse conselho divino mantido em segredo por Deus. Esse é o tema da pregação de Paulo e o ministério que ele recebeu: o mistério de Cristo e a revelação do mesmo aos seus santos. O mistério de Cristo, guardado no secreto conselho do Senhor, foi revelado “agora”. Aqueles eram dias de cumprimento, o fim da longa espera a última intervenção de Deus na história, conforme seus desígnios e promessas. Compare com estas palavras de Paulo:
“Confiada a vosso favor, para dar pleno cumprimento à palavra de Deus: o mistério que estivera oculto dos séculos e das gerações; agora, todavia, se manifestou aos seus santos.” (Cl 1.25-26);

“... se é que tendes ouvido a respeito da dispensação da graça de Deus a mim confiada para vós outros; pois, segundo uma revelação, me foi dado conhecer o mistério, conforme escrevi há pouco, resumidamente; pelo que, quando ledes, podeis compreender o meu discernimento do mistério de Cristo, o qual, em outras gerações, não foi dado a conhecer aos filhos dos homens, como, agora, foi revelado aos seus santos apóstolos e profetas, no Espírito.” (Ef 3.2-5).

Após uma analise dos fatos abordados na leitura de Ridderbos podemos constatar que muitos dos eventos relacionados com a vinda do Senhor Jesus Cristo são cumprimentos escatológicos, ou seja, foram mistérios escatológicos revelados de forma progressiva os quais inauguraram o reino de Deus em Cristo.Esta compreensão nortearam as mentes e os corações dos Cristãos primitivos influenciados pela teologia do Ap. Paulo.

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Módulo de Mestrado em Divindade no SPN


Rev. João Alves e Rev. Luciano Gomes (Pós-Graduando em Teologia Exegética pelo SPN)

Começará na próxima semana (14 a 18 de junho) o segundo módulo do Mestrado do Seminário Presbiteriano do Norte (SPN).
Horário:Dia 14: início às 14 horas –término às 17 horas
Dias 15-17: das 9 às 12 e das 14 às 17 horas
Dia 18: de 8 às 12 horas

O Módulo será:

Introdução à Teologia de João Calvino. Ministrado pelo Rev. Prof. João Alves (CPAJ). Maiores informações: (81) 32270986, pelo e-mail: spnpos@gmail.com, ou ainda pelo site: www.spn.br

O Rev. João Alves é graduado em teologia pelo Seminário Presbiteriano Conservador (B.Th., 1963); mestre em Divindade e em Teologia do AT pelo Faith Theological Seminary(M.Div., 1973, e Th.M., 1974) e mestre em Teologia do NT pelo Seminário Presbiteriano Rev. José Manoel da Conceição(Th.M., 1985). É também graduado em Direito pela Faculdade de Direito de Bauru, SP (1969) e em Letras pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras Prof. José A. Vieira, em Machado, MG (1981). É ministro da Igreja Presbiteriana Conservadora do Brasil e membro do corpo editorial da revista FidesReformata.

sábado, 5 de junho de 2010

Lançamento do Livro 150 Anos de paixão Missionária na IPB da Conde da Boa Vista-Recife




Aconteceu no dia 04 de Junho de 2010 na Igreja Presbiteriana da Boa Vista-Recife o lançamento do Livro 150 anos de Paixão Missionária escrito pelo Prof. Rev. Caleb Soares.Estiveram Presentes as seguintes autoridades eclesiásticas o Rev. Marcos André Marques Diretor do SPN, Rev.José Roberto de Souza Coordenador do Mestrado em Divindade no SPN, Rev. Marcos Lins, e o Rev. Reginaldo Borges pastor da Igreja Local entre outros convidados.Contamos ainda com a participação ilustre dos representantes da Igreja Presbiteriana Fundamentalista do Brasil na pessoa do Secretário Executivo do Presbitério do Grande Recife, Rev. Luciano Gomes da Silva, Presb. Cláudio Andrade representando a Sessão da Igreja Presbiteriana Fundamentalista do IPSEP na pessoa do seu pastor Rev. José Vasconcelos da Silva Filho e os Seminaristas do Seminário Presbiteriano Fundamentalsita do Brasil: Lucas Fonseca e Marcelo Gomes.E dando um toque nostalgico ao evento tivemos a participação especial com solos do cantor Rev. Feliciano Amaral cantando os louvores que ouvimos desde nossa tenra idade.

Sola Escriptura

Sola Escriptura
Ser um Cristão reformado é está interessado em se reformar sempre.É prezar pelos princípios da reforma, e estar disposto a adaptar toda a vida e teologia ao exame final das Escritutras.